Diário dos sonhos lúcidos de Arkantas

No final de 2013, com 14 anos, iniciei minha experiências com sonhos lúcidos. Tinha lido a respeito na internet e, aliado a insatisfação com a minha vida na época, resolvi investir nessa experiência (apesar de não ter muita crença q era algo real e possível). Arrumei uma agenda para ser meu diário dos sonhos e realizava testes de realidade com frequência (olhar a mão, olhar relógios, tampar o nariz e tentar puxar ar...). Nessa época, eu estava em férias escolares e minha mão acordava cedo para trabalhar então eu acordava com ela, tomava café e voltava a dormir. A maioria dos meus sonhos lúcidos foram nesse intervalo em que eu voltava a dormir após o café. Comecei a ter sonhos lúcidos bem rápido e tive experiências bem interessantes mas, após o início das atividades escolares e uma reorganização da minha vida, acabei deixando de lado meu empenho com sonhos. Nos últimos meses, porém, sinto vontade de retomar minhas experiências com sonhos lúcidos e, com uma experiência interessante de sonhos lúcido que tive essa noite, resolvi reentrar no meu antigo perfil aqui no fórum e deixar registradas as experiências que tive aos meus 14 anos e as experiências que terei nessa minha tentativa de retomar ao meu mundo onironauta.

Nos meus primeiros sonhos eu tinha pouco tempo de consciência e logo o sonho voltava a não ser lúcido. Com o tempo fui expandindo a duração dos sonhos lúcidos. As projeções dos sonhos também são bem interessantes. No começam eram, de certa forma, “abobados”, não falavam com lógica. Em um sonhos fui tentar convencer uma projeção que estávamos em um sonho lúcido. Mostrei minha mão e perguntei “quantos dedos tem aqui?”; Ela respondeu “6”. Então falei “Eu não tenho 6 dedos, estamos em um sonho”. A projeção respondeu “vc está contando o polegar, ñ é pra contar o polegar” (????). A medida que ia treinando, as projeções se tornavam cada vez mais inteligentes. A que mais marcou foi a de um dos meus últimos sonhos lúcidos na época. Estava sentada numa área de alimentação de um shopping que estava vazio e com as lojas fechada. Na mesa comigo estava um homem que era meio homem e meio pássaro. Tinha forma humana mas um bico de pássaro e uma face meio q mista. A gnt estava conversando sobre sonhos lúcidos, até q o teto do shopping começou a trincar e ameaçar q iria cair. Eu olhei pra cima e comecei a ficar bem preocupada. Sabia que estava sonhando mas msm assim ñ tem como evitar ter um certo pavor nessas horas, ainda mais que tem sonhos em q sentimos dor d forma bem realista. Daí a projeção, indiferente ao teto que caía, me perguntou “Por que está com medo? Vc sabe que está sonhando”. O homem pássaro me marcou bastante por, durante o sonho, ter alcançado um raciocínio lógico e uma consciência maior que a minha. Foi a primeira vez que uma projeção me ultrapassava nesse aspecto. Sempre imaginei que as projeções evoluíam junto com a gnt, mas q nós sempre mantínhamos o maior “grau intelectual” e o controle nos sonhos. Essa experiência me despertou o interesse em procurar, nos sonhos, guias, projeções que pudessem me ajudar a aprimorar minhas habilidades e consciência. Ñ consegui encontrar o homem pássaro em nenhum outro sonho (até pq pouco depois larguei os sonhos lúcidos) e nem uma projeção que sempre aparecesse para me guiar. Retomando minhas experiências com sonhos lúcidos, tenho objetivo de encontrar um guia animal (um totem animal) que me ajude a tomar consciência durante os sonhos e tb uma guia humana, para me ajudar a adquirir habilidades e cumprir objetivos pré-estabelecidos.

Ass Arkantas

Uma outra evolução interessante que observei enquanto treinava no mundo onironauta foi o quanto conseguia reparar e recordar cada vez mais detalhes dos lugares/ambientes nos sonho e o quanto eles se tornavam mais realistas. Os testes de realidade, por exemplo, também começaram a falhar a medida que eu ganhava mais experiência. No início, por exemplo, minhas mãos apareciam completamente deformadas, normalmente faltando partes e com dedos que pareciam estar derretidos ou desfocados. Depois minha mão começou a apresentar apenas um dedo a mais de diferença (por um tempo relativamente bom meu teste de realidade foi ver se eu tinha 5 ou 6 dedos). Depois o teste da mão passou a falhar, eu sempre estava com as mãos perfeitas. Mas, quando minhas mãos passaram a ficar normais, eu já não precisava mais de testes de realidade, eu conseguia saber conscientemente e com certeza quando eu estava sonhando e quando eu não estava.

Uma dificuldade que tenho nos sonhos lúcidos é que, ao perceber que estou sonhando, fico perdida em relação ao que fazer e como explorar esse sonho. Com isso, ele normalmente volta a ser não lúcido. Uma coisa que ajuda é, antes de adormecer, deitada na cama, eu pensar sobre o que quero fazer no sonho. Mas, ainda assim, é muito difícil lembrar. Ter um guia, como falei em um post anterior, é uma estratégia que penso pra me ajudar a focar quando estou sonhando.
Lendo sobre indução da paralisia do sono vi que varios sites indicam como estratégia deitar de barriga pra cima e ficar repetindo uma palavra várias vezes, pra “esvaziar” a cabeça. Então resolvi fazer um experimento. Escolhi uma personagem de uma série pra ser meu guia, Jane (essa msm! de Blindstop rs) . Deitei na cama, relaxei, e fiquei repetindo o nome dela na minha cabeça. Com isso, queria adormecer logo e, no sonho, lembrar de uma coisa: “Jane”.
Foi um sonho com pouca lógica, já que meus sonhos estão ainda com pouca consciência. Não lembro bem do enredo que o sonho seguia. Algo com eu e umas pessoas voltando de uma festa e estávamos sendo perseguidos por algo. Lembro que, na rua, soube que estava sonhando e lembrei que tinha que achar a Jane. Daí vi uma projeção de costas e com um corte de cabelo similar ao da personagem e fui atrás gritando “Jane”. Não lembro do que aconteceu depois, se ela era ou não a Jane ou se eu acordei antes de descobrir.
Apesar da pouca recordação dos conteúdos do sonho, achei bem interessante a experiência. Primeiro pq, assim como no sonho que tive no dia 31/12/19, ñ precisei de testes de realidade pra confirmar/ lembrar se sonhava, eu simplesmente sabia que estava em um sonho. Segundo pq consegui lembrar que tinha que achar minha guia e fui atrás dela. Além disso, enquanto eu gritava o nome dela, fiquei preocupada de estar falando/gritando o nome dela de verdade lá em casa e acordar as pessoas haha. Isso mostra um grau de consciência interessante, apesar de ainda baixo.

No meu sonho de anteontem eu estava num ambulatório tendo aula daí olhei pela janela e vi q tinha um desfile militar tipo 7 d setembro acontecendo no lado d fora. Na recepção do ambulatório tinha duas pessoas sentadas num sofá pequeno. Falei “tô indo ver o desfile militar lá fora. Isso daqui é um sonho msm! Lá fora parece estar mais interessante q aqui”. Daí uma das projeções falou “vc já fez o teste...?” e estendeu a palma das mãos pra mim. No momento soube q ela estava me perguntando se eu fiz o teste de realidade das mãos. Olhei pra minha mão e eu tinha 6 dedos. Achei interessante q dessa vez a projeção ñ tentou me convencer q aquilo ñ era um sonho e nem me confirmou “sim é um sonho”. Tb foi a primeira vez q vi uma projeção fazendo menção a reality check.